Romzug

Viagem do imperador Henrique VII a Roma, no momento em que o séquito cruza o Maciço do Monte Cenis em outubro de 1310. Iluminura da "crônica do eleitor Balduíno de Trier", Trier, cerca de 1340.

A Romzug (alemão para "Viagem para Roma", ou "Expedição para Roma"), muitas vezes chamada também de Romfahrt ou Italienzug, é o termo histórico utilizado para designar a expedição do exército da Francônia e, depois, dos reis e Sacros imperadores romano-germânicos para a cidade de Roma. Essas viagens poderiam levar a uma estadia de vários anos na Itália imperial, isto é, no Norte da Itália. O primeiro movimento de um novo governante do Sacro Império, era em regra, fazer a viagem a Roma para ser coroado imperador pelo Papa. A coroação, como imperador, era às vezes precedida de outra coroação, como rei da Itália.

Além disso, a expedição italiana servia para defender as reivindicações imperiais sobre o território italiano no Norte e especialmente o poder de cobrar impostos às comunas italianas, dentro de uma relação feudal de vassalo-suserano). Devido ao alto poder econômico da Itália imperial, a renda auferida era desproporcionalmente maior do que na parte norte-alpina (germânica) do Império. Não raramente, as viagens foram caracterizadas por conflitos militares entre o rei (ou imperador), de um lado, e as cidades (ou os príncipes italianos), de outro (veja também Guelfos e Gibelinos).

No entanto, ao longo da Idade Média, o domínio imperial na Itália foi relativamente fraco, já que os imperadores romano-germânicos não dispunham de uma estrutura administrativa adequada ao efetivo exercício de suas reivindicações frente às comunas. De acordo com a tese de Marie-Luise Favreau-Lilie,[1] o século XV foi acompanhado por uma mudança estrutural dentro do caráter das Romzüge, que acabaram por perder sua forte orientação militar. Pesquisas recentes também já não descrevem a Romzug como uma imposição imperial e unilateral na Itália, mas como uma interação mais complexa de forças, em que os reis podiam fortalecer os governantes locais mas também atender a seus próprios interesses.[2]

Referências

  1. Marie-Luise Favreau-Lilie: "Vom Kriegsgeschrei zur Tanzmusik. Anmerkungen zu den Italienzügen des späteren Mittelalters," in Jonathan Riley-Smith, Rudolf Hiestand, Benjamin Z. Kedar (orgs.): Montjoie. Studies in Crusade History in Honour of Hans Eberhard Mayer. Variorum, Aldershot u. a. 1997, ISBN 0-86078-646-3, pp. 213–233.
  2. Vgl. dazu Christoph Dartmann, Christian Jörg: Der „Zug über Berge“ während des Mittelalters. Zur Einführung. In: Dies. (orgs.): Der „Zug über Berge“ während des Mittelalters. Neue Perspektiven der Erforschung mittelalterlicher Romzüge. Wiesbaden 2014, pp. 3–17 (ver p. 7).

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